a1af07f23edde74ceaa96f5c19de294cSegundo dados recentes do IBGE, no Brasil 60,8% dos bebês até dois anos comem biscoitos e bolachas e que um terço deles já toma refrigerantes ou sucos artificiais. Justamente na fase em que os bebês criam o padrão de paladar que vai definir suas escolhas alimentares futuras. Agora, eu pergunto: será que os pais não sabem disso? Ou simplesmente não se importam com isso? Seria interessante se o IBGE investigasse as causas que estão por trás desses dados. A matéria saiu na Folha. Leia aqui. Ou abaixo

Estudos mostram que as preferências alimentares adquiridas na primeira infância têm um grande impacto na forma como a criança vai se alimentar mais tarde.

Por isso, são preocupantes os dados do IBGE divulgados nesta sexta (21) dando conta de que 60,8% dos bebês até dois anos comem biscoitos e bolachas e que um terço deles já toma refrigerantes ou sucos artificiais.

Esse conjunto de produtos industrializados está diretamente associado a doenças como obesidade, hipertensão e altos índices de colesterol e triglicérides. Benefício zero.

Biscoitos e bolachas são ricos em açúcar e gorduras. Os refrigerantes do tipo cola contém cafeína, que desencadeiam excitação, prejudica o sono e causa nervosismo.

Muitos dos sucos artificiais são uma mistura de açúcares, corantes e conservantes. Fruta, só na embalagem.

Relatório de 2014 da Rede Nacional Primeira Infância mostra uma associação entre o consumo de bebidas adocicadas e o risco de 4% de a criança desenvolver sobrepeso –a cada 30 ml de bebida açucarada consumida.

Crianças com alto consumo de alimentos ricos em energia e gordura e pobre em fibras têm quatro vezes mais riscos de desenvolver sobrepeso e obesidade na adolescência e na vida adulta.

Sem contar que esses alimentos são pobres em nutrientes. A falta deles leva a deficit intelectual, dificultando o aprendizado.

Embora 19% das crianças brasileiras abaixo de cinco anos já tenham risco de sobrepeso, 7,9% estejam acima do peso e 7,3 sejam obesas, existem poucas políticas públicas voltadas à saúde e nutrição na primeira infância.

Para os bebês, as ações ficam ainda muito restritas à promoção e apoio ao aleitamento materno. Há uma grande lacuna de iniciativas, como campanhas educativas, envolvendo pais, cuidadores, berçários, creches e outros responsáveis pela alimentação da criança.

A questão é que muitas famílias não se importam com as bolachas, os biscoitos e os refrigerantes dados aos bebês porque elas mesmas os consomem. Minimizam os perigos dessas gordices, mesmo quando elas próprias estão obesas ou acima do peso.

Tentar reverter hábitos alimentares depois de adulto é muito mais difícil. Por isso, é preciso foco na infância. Hábitos alimentares saudáveis começam no nascimento.

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