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Sempre deixei a Júlia à vontade para comer com as mãos e se sujar nas refeições. Mesmo assim, ela dominou os talheres muito cedo e quase não se suja na hora de comer. Ou seja, não atrapalhou em nada o desenvolvimento, muito pelo contrário. As coisas fluiram e aconteceram no tempo certo, sem neuras.

Outro dia, lendo o livro Comer é um Sentimento, do François Simon, passei por um capítulo delicioso dedicado ao "finger food", a arte de comer com a ponta dos dedos.

No texto, ele filosofa com conhecimento, falando que

"com os dedos os alimentos conquistam uma nova dignidade. Eles entram em contato. É epidérmico. (...) Comer com a ponta dos dedos é se aproximar dos alimentos. Descobrir uma dimensão que às vezes não percebíamos, a do macio, do resistente, do doce, do àspero, do fino, do fibroso, do grosseiro, do quebradiço..."

Os filhos são uma boa desculpa para praticar o finger food e, como o autor sugere, voltar por alguns instantes à infância, numa experiência sensorial cheia de sentimentos.

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