Ontem, uma amiga que acompanha este blog, comentou que sua filhota até chega a experimentar diferentes comidas mas geralmente responde que não gosta. Apesar de ter um olfato que consegue diferenciar 2 marcas de azeites diferentes aos 8 anos de idade, ela  não tem uma vocação gourmet, ao contrário do irmão com um ano de idade.

Fiquei pensando sobre isso e comentei com ela sobre a real necessidade da menina provar coisas diferentes, já que a saúde vai bem e ela não é desnutrida. A melhor pessoa para fazer qualquer avaliação ou recomendação, obviamente, é o(a) pediatra da criança.

Minha visão é apenas de mãe e de gourmand.

Posso falar sobre esse aspecto unicamente dando impressões e palpites da minha vivência e observações cotidianas.

Se  a menina tem um olfato diferenciado, isso é um bom sinal. É bem possível que os alimentos estranhos sejam fortes demais para ela. Talvez fosse interessante fazer testes com temperos e preparos diferentes. Dei a ela o exemplo da Júlia que adora siri com moti, mas não gosta de siri temperado com alho. Não que ela não goste de alho, ela simplesmente não gosta dessa combinação.

Em muitos restaurantes, a Júlia não gosta da comida. E eu não insisto, porque sei que ela vai comer outra coisa mais tarde e, o mais importante, com prazer.

Percebi que ela muda de gostos e de vontades muito rapidamente. Não sei, mas acho que existe algo como um food mood. Ou seja, um estado emocional que varia diante de cada prato, cada momento e outras possibilidades que nem dou conta.

Se ela fala que não gosta de algum alimento que eu considero muito bom, o "não" serve só para aquele momento. Não vou deixar de oferecer novamente 5 minutos ou 5 dias depois. Se considero a comida ruim, dou total razão para ela.

Não pensem que a Júlia come tudo facilmente, sem dizer muitos nãos. Existe uma força de vontade extra minha e do meu marido por causa de uma situação especial, já que a absorção do intestino dela é menor, resultado da cirurgia que a deixou com apenas com 1/3 desse órgão com apenas um mês de vida. Ela precisa comer bem para crescer e compensar o tempo perdido.

Diante dessa situação, nossa opção foi estimular o lado gourmand da nossa pequena.

Somos felizes e imensamente gratos a Deus por ela poder comer normalmente, sem restrições. Acreditem, durante um bom tempo, esse foi o nosso maior sonho na vida.

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