Chegamos em Curitiba no domingo, já com planos de fazer o passeio de trem na serra do mar.
O espírito da viagem é diversão e espanto. A começar pelos vários túneis em que os vagões ficam num escuro absoluto em que se ouve apenas os gritos de todo mundo, como num trem fantasma. Divertidíssimo. Todo mundo vira criança.
Vagões coloridos e pessoas dispostas a se divertir.
Pinheiros e mais pinheiros na saída de Curitiba.
Mais espanto. A paisagem é formada pela mata atlântica (totalmente preservada nessa região), cachoeiras, rios, flores, nuvens, sol, neblina, pedras, pontes feitas na Bélgica, penhascos e um monte de histórias que os guias do trem vão contando.
Cachoeira Véu de Noiva, escondida sob a neblina.
Vista da ponte no alto da montanha.
Natureza exuberante.
O contato com a vegetação é muito próximo.
Proibido para quem tem medo de altura.
São 3 horas para descer 900m de altitude e chegar em Morretes a 1 m de altiitude, a capital do barreado e das bananas. Antes da volta, sobram 3 horas para almoçar e conhecer a cidade. Tempo suficiente.
Obviamente que fomos comer barreado, mas não acertamos na escolha do restaurante, onde a única coisa comível era de fato o barreado, com o pirão de farinha de mandioca e bananas.
Pedimos casquinhas de siri que foram devolvidas após a primeira bocada. O linguado grelhado estava tão grelhado que veio duro. Coisas de restaurante turístico amador, que serve para atender visitantes que raramente voltarão, porque esse passeio de trem não é para fazer com tanta frequência assim.
Fomos comer a sobremesa numa sorveteria em frente ao rio. As crianças amaram.
Às 15h embarcamos novamente no trem para voltar a Curitiba. Mas não sem antes comprar uma guloseima maravilhosa que as mulheres vendem por lá: uma espécie de banana chip, cortada fininha no sentido longitudinal, frita e temperada com sal ou açúcar e canela. Nunca vi isso em lugar algum. Textura crocante e sabor maravilhosos.
Isso me fez pensar: como é possível servir lanchinho industrializado no trem com um produto local tão fantástico?
Na chegada em Morretes, uma garota de cerca de 9 anos de idade chamou minha atenção. Ela estava sozinha na beira dos trilhos vendo o nosso trem passar e acenando. Na volta, lá estava ela novamente. Rindo e acenando com toda sua inocência, até se virar para ir embora.
Fiquei com um nó na garganta. E os olhos cheios de lágrimas. Acho que eu sinto amor de mãe por todas as crian
ças do mundo.