ALMOÇO COM AMIGOS
Domingo retrasado, fomos almoçar com as leitoras do blog Elisa e Fê Decourt e mais Zé e Sté no "Emprestado". Um restaurante que reproduz pratos principais de vários restaurantes famosos do Brasil.
Lá, eu quase morri de vergonha. Primeiro porque o pai da Júlia escolheu justamente o menu infantil para ela: escalopinho com espagueti. Segundo, porque a pequena gourmet só comeu o escalopinho e não quis provar mais nada na mesa.
Lembram do filme do Alvim quando os esquilos se recusam a cantar na frente do produtor babaca, o Ian Hawke, fazendo o Dave Seville passar por louco e mentiroso por afirmar que os esquilos cantam?
Foi mais ou menos assim. Olá, meu nome é Dave.
UM DIA ANTES
Sábado frio e com sol. Resolvemos seguir uma dica da nossa amiga Elisa, do blog Yumi na Mesa. Fomos ao Kidoairaku.
Fica numa esquina na Liberdade, numa casinha feia e sem charme que jamais atrairia o público dos restaurantes japoneses da moda circuito Jardins, Itaim, Moema e Pinheiros. Nas paredes, vários cartazes em japonês anunciando os pratos e algumas matérias emolduradas com críticas favoráveis, entre elas do Luiz Horta do Paladar, que elegeu o tonkatsu (costelinha de porco empanada e frita) do local como a melhor da cidade.
É inegável que ele estava certo. O sabor é maravilhoso e segue o modo de preparo de Tokyo, segundo minha sogra: fritado em muita gordura.
Experimentamos vários pratos e a Júlia deu preferência para os legumes com macarrão. Provou o tonkatsu, mas por ser gorduroso demais ficou só na primeiro mordida com o comentário: é muito bom.
Queremos voltar em outra ocasião para provar o menu da noite, que é diferente do almoço e inclui ovas.
O ambiente interno, apesar da simplicidade, tem uma originalidade incrível. O chão é de tábuas de madeira escuras, paredes com madeira até a metade e num dos pequenos salões tem uma estante com livros japoneses. Enfim, um restaurante familiar.
Como o Luiz Horta definiu: é Tokyo acessível. E eu tenho certeza que ele estava se referindo ao que mais importa: os sabores.
TOKYO BEM MENOS ACESSÍVEL
Na mesma noite, eu e o pai da Júlia saímos sozinhos e buscamos o outro extremo do Japão. Fomos ao Jun Sakamoto pela primeira vez. Pedimos para degustar sushis variados, entradinhas de ostras empanadas e siri mole, acompanhados de saquê.
Nem sei descrever como foi maravilhoso. Tive a confirmação que alguns sabores podem se superar, inclusive no corte de um peixe cru.
Ainda não é um restaurante para levar a Júlia, por mais gourmand que ela seja. Falta-lhe a capacidade de vivenciar uma experiência gastronômica plena mais sofisticada. Normal. Ela ainda é uma criança e isso deve ser observado e respeitado com delicadeza.