Fazia tempo que eu quera conhecer e levar a Júlia ao Mani, o restaurante da Helena Rizzo. Principalmente depois que provei a sobremesa "ovo" no evento Gastronomix em Curitiba, no mês de abril.
Ontem, aconteceu. Eu e a pequena fomos almoçar lá.
Ao perguntar sobre o menu infantil, a atendente falou alguma coisa sobre massa e o maldito escalopinho que reina absoluto nos cardápios brasileiros que subestimam o paladar das crianças.
Pedimos uma costeleta de cordeiro para nós duas com acompanhamento de batatas inglesa e doce e mandiocas, dividida em dois pratos.
Enquanto esperávamos, percebi várias crianças no restaurante, para ser mais exata: mais 5, incluindo 2 pares de bebês gêmeos com menos de seis meses e uma garotinha linda e triste com cerca de 5 anos, que estava ali para comemorar o aniversário com os pais e as irmãs bebezinhas gêmeas. Ela ganhou um bolinho no final e ainda assim não sorriu.
Quando eu fiz cinco anos também foi assim: minha cara de brava nas fotos é engraçadíssima. Pelo que contam, passei o dia inteiro assim.
Quando o prato chegou, obviamente a porção pequena ficou ainda menor, mas tudo bem, estávamos ali para degustar e não encher barriga.
Os minis pedacinhos de batatas, mandioca e outros legumes era milimetricamente cortados, numa estética minismalista para compor com o prato branco, explorando os vazios.
A Júlia só gostou da carne do cordeiro (que estava fantástica) e da farofa. Porém, detestou a redução do molho, que cá entre nós também não era original (todos restaurante com chef faz parecido). Não sei porque os chefs insistem naquela redução adocicada que só fica bem na decoração do prato e esconde o sabor intenso da carne?
Ela comeu pouco e disse que não gostou. Eu gostei e comi tudo.
No final, estava ansiosa para comer a sobremesa "ovo" (sorvete de gemada cercado de claras batidas).
Confirmou minha impressão do Gastronomix: essa é uma das melhores sobremesas que eu provei na vida.
Por ser doce e a Júlia não curtir doces, ela não deu muita bola para o grand finale que quase me fez ajoelhar no chão.
O Mani é ótimo, mas não para levar a Júlia, pelo menos.
Por isso, quando eu voltar lá para comer a minha sobremesa favorita infelizmente será com outra companhia.