Nessas férias escolares, João e eu resolvemos ir em frente num sonho antigo: pescar num grande rio.

O escolhido foi o Paraná, na fronteira do estado de São Paulo com o Mato Grosso do Sul.

Ficamos quatro dias ali. Dois deles inteiramente dedicados à pesca.

Fisgamos basicamente cinco tipos de peixes: cará, piranha (que tiverem de ser soltas na água por serem peixes nativos), tilápia, traíra e tucunaré.

Na fazenda onde ficamos, em Aparecida do Taboado, os familiares preparavam os peixes fritinhos e crocantes, recém puxados da água. João preferia disparado o filé de tilápia – que conhecia de São Paulo pelo pomposo nome de Saint Peter.

Estava muito orgulhoso por tê-los pescado. Mas, confesso, comia-os com parcimônia. É que a concorrência era grande. Toda manhã havia leite mugido tirado – por ele mesmo – da vaca “Leblina.”

E, à noite, churrasco típico, com cortes de boi local. Afeiçoou-se de tal forma à carne matogrossense que incluiu mais um item em seu cardápio infantil: o cordeiro grelhado. Detalhe: ofereci-lhe muitas vezes essa iguaria em São Paulo e recebi “n” negativas de volta.

Para surpresa paterna João ainda comeu, escoltado em alva farinha, uns belos nacos de linguiça cuiabana, feita de carne bovina e de sabor acentuado.

Com toda certeza não foi uma dieta equilibrada. Pouco carbo, parcos vegetais e muita proteína, diria um nutricionista. Sem contar os gloriosos dias de pesca, onde almoçávamos à sombra de uma figueira o simplérrimo rancho trazido pelo “pirangueiro” : pão e carne cozida ao molho campestre.

Mas aprendemos, os dois, algo importante: comer conforme o fandango.

Riodois

Carlos Castelo é pai do João, um menino fofo de 8 anos, e contou essa aventura gastronômica especialmente para o blog da Pequena Gourmet

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