- Mãe, o pai tá fazendo um porquinho mosqueteiro!!!
Quando viu o leitãozinho sendo preparado, a Júlia lembrou imediatamente do livro que lemos semana passada: "Outra vez os três porquinhos", do Érico Veríssimo. Que conta a história de 3 porquinhos que fogem do destino de virarceia de Natal para encarar uma série de aventuras, todos vestidos de mosqueteiros, na companhia de um gato muito simpático.
– Qual dos porquinhos será que vamos comer? O Sabugo? O Salsicha? Ou o linguiça? Disse eu eu.
Ontem, pai da Júlia havia especialmente comprado no mercado municipal um frasco de maltose para fazer uma receita chinesa de leitão assado.
Por volta das 10hda manhã, uma tragédia.
O porco já estava temperado, apenas esperando o "melzinho" para entrar no forno e sair de lá megacrocante, quando a Hello Kitty, nossa gatinha branca, sai correndo da cozinha com o focinho e os bigodes empapados de maltose. Sim, ela derrubou a garrafa e quase não sobrou nada do precioso ingrediente.
A essa altura não havia muita opção, por isso, o pai da Júlia usou o que sobrou e foi adiante.
A Júlia achou o máximo o resultado visual e, incrivelmente, comeu melhor que eu e o pai dela, que estávamos completamente frustrados com a performance do prato que não ficou lá grande coisa.
No final do almoço, retomei o assunto do livro "Outra vez os três porquinhos". Segundo a Júlia, para ela, aquele porco era o Sabugo, para mim, o Salsicha, e para o pai dela, o Linguicinha.
Concluí que nunca saberíamos exatamente qual porco comemos. Enfim, um final aberto como filme francês.
A única certeza que é que o gato da história foi a Hello Kitty.