Lá na peixaria, o pai da Júlia perguntou se tinha algum peixe diferente. Algo inusitado como Demônio do Mar, por exemplo. O peixeiro disse que Demônio do Mar aparece às vezes, mas por engano e acaso, misturado a outros peixes.
Não, não tinha nada diferente.
Tá bom, trouxemos então um pedaço de tubarão, na versão cação (“Se a gente come ele, é cação, se ele come a gente é tubarão” - ditado popular)
Quando contamos para a Júlia que ela iria comer tubarão, a imaginação dela começou a fervilhar.
O pai da Júlia colocou o peixe numa travessa com bastante azeite virgem, cebolas, tomate e alho, coberto com bacon.
Depois de uns 30 minutos no forno, foi servido.
Imediatamente a Júlia disse que gostou. No entanto, nem eu, nem o pai dela curtimos muito.
Achamos o sabor "mono", sem nuances, sem personalidade, sem emoção.
Certamente só voltaremos a fazer por causa da Júlia.
Não sobrou nada no prato da nossa pequena, que, por sinal, ficou animadíssima para contar amanhã na escola que devorou um tubarão. E nem teve medo!