Pedimos sardinha, anchova, peixe prego para levar e, enquanto o peixeiro limpava tudo, vimos na bancada de gelo uma espécie com um nome muito feio: demônio do mar. Mesmo sendo japonês daqueles que come sushi desde o berço, meu marido ainda não conhecia. Muito menos eu ou a Júlia.

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Vejam, não é só o nome que é feio. E, mesmo assim, a curiosidade foi mais forte e não resistimos.

O vendedor perguntou se a gente queria levar as tripas, mas deixamos por lá mesmo.

Ao chegar em casa, o Bill foi correndo pesquisar nos livros, nos aplicativos do iPad e no Google sobre o peixe que em Portugal se chama tamboril e na Inglaterra monkfish.

Foi então que ele descobriu que no meio das tripas que a gente não trouxe havia o fígado do peixe - que é considerado o fois gras do mar, sendo inclusive servido no restaurante do Paul Bocuse como entradinha. Ou seja, desperdiçamos a parte mais importante sem saber.

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O Bill preparou "arroz de tamboril", um risoto com a cabeça do peixe e camarão (faltaram os mexilhões da receita). E a carne do peixe ele fritou com manteiga.

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O tamboril é gostoso e lembra lagosta. O risoto ficou uma delícia também, com destaque para a bochecha do peixe, que visualmente tem aspecto de uma gordura e possui um sabor delicado.

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A Júlia comeu de tudo, mas ainda assim evitamos mostrar nosso entusiasmo. Ela já está numa idade em que as palavras "demônio" e "bochechas" podem ser fortes demais e afastá-la de uma comida maravilhosa...

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